Noite Densa
Em meio à escuridão que reverbera o quarto
Acorda repentino, do seu sonho de menino
Aflito, agitado, o coração a palpitar;
Levanta então, procurando se conter
Na solidão da madrugada
O suor frio percorre espinha e braços
O branco dos olhos invade a face;
Aquele mal-estar premente e lancinante!!
Do peito abafado, não consegue transvasar
Todo o pânico que lhe sobrevém:
Precisa enfrentar na alma, o descomunal hiato,
Tomando conta dia-a-dia, ano-a-ano...
[O abismo vertiginoso e recôndito]
Até quando, Senhor, suportará a humana angústia
Os ossos daquele que escondeste a face???