Doído...
Quando me oferecias teu império de amor,
e eu fechava os olhos só para haver noite,
o cheiro intenso da atração intoxicava o bosque dos desejos,
infatigável perfume, algo doce, algo denso,
incendiava nossos corpos,
Perfeita, provada, tu me amavas.
E éramos muito mais viver.
E eu gostava de te amar e ficar dependente.
Foi quando não mais te decifrei.
Sabor de saudade, de pedras, adquiristes,
que a melancolia do viver cresceu. Tomou forma.
Dei o meu grito. Fui mau amor.
Arder em teus braços, de jeito nenhum mais quis.
Agora, teus sentidos por mim, mais e mais a oxidar
enorme deserto separando nossos corpos,
não sei se consigo sobreviver a essa dor...
Não importa o quão somos duros.
Toda dor segue a gente, deixa cicatriz,
mas, mais do que o mais doído querer
é um coracão que não sabe o que quer...
Música: A Noite dos Mascarados ( Chico Buarque e Elis Regina)
(*) Imagem: Google
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De James Assaf:
"Quando o amor se faz sentimento, a emoção caminha nos dois sentidos"...