CANTO DA MINHA TERRA - SAMBA

CANTO DA MINHA TERRA

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Andar radiante com os pés firmes em terra,

Minha terra,

Beijar as morenas, mulatas e louras,

Subir sobre as encantadoras serras,

Bocas sujas com os seus deliciosos doces,

No deliciar dos seus sabores acima das despontadas flores.

Arco-íris com as suas específicas cores,

Pelo calor causticante que invade o coração,

As árvores pelos plantios que a plantação a aterra.

Do amor as belezas das folhas e frutos,

Beija-flor a seu néctar a saborear,

Pássaros à beira dos lagos e dos rios,

Na sua sede da que tem para fartar.

À acirrar pelas longas noites seresteiras,

Salões que dançam luzes festeiras,

Balões e fogos de artifícios as brincadeiras,

Rodas, dança de rodas ou jogos,

Procissões que seguem por seus aplicáveis rogos.

Silêncios as escuridões das madrugadas,

Pelas divertidas multidões a flertar pelas dimensões das noitadas.

Distâncias apreciadas pelos passeios nas estradas,

Pelas passagens pelas passarelas e calçadas.

Trens que andam as notícias dos fluxos as empreitadas,

Das passadas estações que seguem as partidas ou as chegadas.

Das boas surpresas que estão as esperadas,

Namorados enamorados as datas que estão marcadas.

Ruas identificadas das que estão enfeitadas,

Palmeiras e coqueiros as suas temporadas,

Construções as temporizações,

As luzes para as imagens enfeitadas.

Pelo céu azul

Há as três Marias e o Cruzeiro do Sul,

As estrelas cadentes e d’alvas vista daqui a Istambul.

Músicas as melodias que narram melódicamente as criações,

Alarmes da vida ligado a cada incitação.

Neste mundo profundo feitos as escoriações,

Desta produtiva terra oriunda e abundante a forma deste chão.

Deste solo varonil que a este povo recebe a que tem pra amar,

Dunas de areias espalhadas pelas enseadas do mar,

Marés que inundam aonde tem pra desaguar,

Das águas doces ou salgadas desembocadas nas águas a jorrar.

Deste povo que a este solo faz por se admirar,

Picos e serras a se levantar,

No mais alto andar,

Pra que da aventura alguém possa escalar.

Lavrador que carrega a sua enxada pra capinar,

Boiadeiros com as suas manadas a enxotar,

Caipiras com as suas palhas a pitar,

Cada cidadão com as suas responsabilidades a honrar.

Pássaros que transportam suas sementes das ervas pra brotar,

Elaborações de cada casa pra enfim morar,

Uma companheira pra casar,

Juntando de cada um aquilo que é pra se formar.

Dos cantos soberanos das sabiás,

Cantorias a que está prestes por se alegrar.

Danças das que tem pra se dançar,

Nos passos sincronizados nos ritmos a acompanhar.

Daquilo que se é para moldar,

Das esperas que estão no aguardo pra alguém chegar,

Pelos poucos a que querem a algum lugar ir,

Viagens que buscam novidades a que estão por se avistar.

Cachoeiras que entornam águas nas enxurradas,

Ressacas que fazem das ondas um aumentado porvir,

Lagos, lagoas ou poças que da chuva vem a intervir,

Do que tem pra se levantar do tombo a que foi cair.

Andar radiante por todos os cantos,

Chuvas que doas pingos imitam os prantos,

Lugares servindo como dos acalantos,

Transportadas as distâncias no cume de uma cela.

Transmutações visíveis dos barcos a vela,

Perfurações centrais das apoiadas arruelas,

Assanhamentos que se aproveitam de algumas trelas,

Do branco que se aproxima da alva cor amarela.

Canções que entram e saem pelas sinuosas janelas,

Beija-flores a plainar na natureza sentinela,

Matas verdes e virgens estampadas no quadros ou tigelas,

Bosques cercados a moirões como poste a passarelas,

As passagens que dos caminhos servem como a manivelas.

Andar pelos campos pelos passos que a algo a emperra,

Canto por cada canto a esculpida serra,

Canto da minha terra,

Deste estrume endêmico a que tudo aterra,

Brilhante do sol a espelhar,

Diamantes que servem a resplandecer.

Do que há pra cada amanhecer,

Dos raios de sol a irradiar,

Por esta terra,

Neste canto desta minha terra.

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 13/06/2017
Reeditado em 10/01/2022
Código do texto: T6025911
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