É dia ou noite?
Na última página deste caderninho preto?
Não importa...
 
Ninguém dá à mínima 
Para o fim de um caderno 
todo escrito.
 
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Todos nós fomos um papel 
em branco, um dia...
 
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Mas você chora... 
Você respira...
Você tenta o tempo inteiro... 

E irão te enxugar.
Irão te alimentar.
E você ficará pronto,
para toda essa baixaria
Essa loucura...
 
Que irá te consumir até o fim.
 
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E então você vai Implorar 
por um cantinho 
no escuro
E um caixão fechado.
 
E quem sobrar
se alguém sobrar...
vai dizer...
"É esse que ele merece! É esse 
que ele vai ter!"

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Enfiarão você bem bonitinho
Lá dentro...
E esquecerão de você
No minuto seguinte...
 
Aflitos,
abafados, 
apressados...
para se preocupar com toda essa gente... 
Que acabara de sair
do ventre.
 
Afim de ver a maldita luz.
Mas ninguém se importa 
com papeis em branco, 
também.