O velho e o sinal

O velho e o sinal

Os carros se aproximam

E diminuem...

E ali está um senhorzinho carcomido

Com suas oito décadas nas costas

Parado no semáforo

Com seu chapéu de palha nas mãos

Seu rosto remetia a uma vasta tristeza

E seu corpo era totalmente prostado, pobre coitado...

Os carros paravam e o desafortunado velhinho vagarosamente estendia o seu chapéu

Uns olhavam e fingiam que ele não era real

Outros com um desdém da mesma marca do carro importado...

Ele se movia com muita complexidade

Seus olhar seco remetia uma vida difícil...

Ver aquilo não me fazia bem...

Dos carros que davam esmola

Eram carros populares, com gente popular

As mesmas que sempre estão à ajudar

Enquanto os riquinhos, sentados em seus glamour

Viviam a ignorar

Os da classe mais baixa se mostravam mais ALTOS

Solidários e verdadeiramente, humanos...

Eu dali senti uma coisa a me incomodar, tanto aquele senhor, debilitado

Quanto aquelas pessoas que têm, mas não dão...

Lamentável esse nosso mundo...

O velhinho continuou ali, a mercê da caridade humana...

Da compaixão

Da solidariedade...

Eu imagino que isso seja muita injustiça, uma maldade só...

Coitado do pobre velhinho.

*Baseado em um fato real.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 23/06/2017
Reeditado em 03/12/2017
Código do texto: T6035597
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