Autoria da foto: Christiano Ferreira Nunes

A SOMBRA 
 
Sem rumo peguei caneta e papel
Uma roupa de frio e um par de calçados
Com bom apetrecho saí ao léu
Pros meus escritos estava afeiçoado.
 
Fui munido de um bom computador
Levei também o meu velho violão
Colega de solidão na minha dor
E bolsa co’ingredientes de chimarrão.
 
Lá pelas tantas que susto levei
Momento que eu tremi barbaridade
Na parede da velha casa olhei
Ali estava u’a sombra na claridade.
 
Imitava-me enquanto eu chimarreava
Se movimentava quando eu escrevia
Quanto mais para aquela coisa olhava
Mais e mais meu pobre corpo tremia.
 
Bem perto dali os lobos uivavam
Depois descobri qual era o segredo
O que parecia ser uma visagem
Era m’a própria sombra na parede.
 
(Christiano Nunes)
 
 

Linda interação de Nea


Sombra, só assombra
Numa noite ensombrada
a sombra só não assombra
quando o sol a progeta na estrada!

Uma noite me assombrei
uma sombra, eu a olhava de esguelha
era a sombra do meu pai
que apareceu em cima, nas telhas!

Foi a luz bruxuleante
da lamparina sobre o fogão
eu via uma sombra gigante
eu pensei que era um ladrão!