Despede-se a porta

Encostadas num

Canto do muro,

As rachaduras

Da antiga porta de madeira

Desenham caminhos

E mosaicos pincelados

Pelo tempo, sol e chuva...

Em um breve ritual

Luz e sombra passeiam

E, assim cada cantinho da porta,

E na maçaneta imóvel

Permanece, ainda o sutil toque

Das mãos que as tocaram,

Tonaliza-se os reflexos e sombras

Nas rachaduras, há sempre as lembranças

De outros pores do sol e os aromas

Das flores de laranjeira,

Que perfumam com notas suaves

A despedida de mais uma tarde

De inverno...