COMEDIANTE DAS TRISTEZAS.

COMEDIANTE DAS TRISTEZAS.

Quando se apagam as luzes de todos os dias

Desperto-me dessa ignorância de gritos e buzinas

E às voltas estou com meu comediante das tristezas

Meu pensamento é arma engatilhada para minha cabeça

Ela é pequena demais para caber todas as aflições humanas

Por isso para mim ficar só é perigoso demais,...

Somente o papel e a caneta aceitam minhas diversas companhias.

O cérebro adormecido tem suas maldades cafetinas

As gentilezas-hostis estão por todas as partes, libertando suas purezas

Eu preciso aprender a voar antes que o dia amanheça!

O meu vampiro interior tem inspirações mundanas

E essa disfunção engraxa todos os meus mecanismos existenciais

Tanto que o caldo salgado que escorre pela face aguça suas estrias

Ele clama por duas penas, uma para escrever sobre ser fraco ou forte

E a outra pode ser,... A minha pena de morte.

A inveja incha os palpavos preguiçosos com a mente dentro da minha

Dou-lhes a espada de Dâmocles para ter todas as minhas mordomias

Saberei se a certeza e o medo é fruto de um encéfalo de galinha

Ou se estão concúbitos das Dionísias paralisias de um poltrão.

Fácil é querer ser o que não é sem as suas agruras

Pensar dói, e são vikings navegando em mares de lua cheia.

Converso com Valiant Thor para buscar a minha razão

Não mais consigo me adaptar a essas novas culturas

Visto que o nosso mundo se regozija com a tecnóloga cadeia

Nem mais a cronocinese me ilustra como proceder

Me lembro que o cavaleiro negro ainda está nos vigiando

E que Epsilon Bootes de nós continua se aproximando

Mas o homem com seus erros não consegue aprender

Distorce todas as formas de sinais para uma involução dogmática

E desprezam as consequências da sua mentalidade apática.

As luzes do dia se acendem, e é onde encontro-me às vascas da agonia

Procuro meu confortável caixão para ter a paz de todos os mortais

As cidades não existem mais, se transformaram em hospitais

Agora as bestas veem tanger a inteligência para a esquizofrenia

Gestos epiléticos e uma babel de sons que se compreendem cavalheiro

Rabdomânticos se espalham pelas praças à busca de dinheiro

Carros, ônibus e motos ultrapassam os segundos nesse rodeio

E os policiais e bandidos se aliam a esse concerto em tiroteio.

O conjunto trêfego de utilidade impudica que despertou da sua latrina

É o exemplo mais rudimentar de como o progresso tem sua nitroglicerina

Assim eu no meu esquife adormeço, tornando à idade dos metais

E de lá sonharei que o homem jamais evolua, à mais que os neandertais.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 21/08/2017
Código do texto: T6090193
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