A CONTRA MÃO

Não me cabe essa gana vontade

Me deixar levar para algum lugar além-mar

Sem rumo nem prumo dessa contra mão

Não me vale

alterar a ordem dos fatos, viver como os apaixonados

de peito aberto embarcar, tendo o vento como direção...

Já é fato

me despi dos rótulos, soltei os laços

querendo desviar o seu olhar para minha paisagem,

Mas, não.

Quão insana!

Desvairada tentando naquele voo planar

Imaginando que mais perto eu pudesse chegar

sem me importar com o tempo, se ruim ou bom

Então me cale!

“ Alguém que fale que tais loucuras são sãs”

que arranque o vazio insustentável das mãos,

Noutros zumbidos que pouse, ou me eleve do chão...

Ah, meu coração!

Vá dormir que já é tarde,

Se não fosse “essa coisa toda miragem” não careceria bagagem

que não as suas próprias razões

Vera Lúcia Bezerra
Enviado por Vera Lúcia Bezerra em 04/11/2017
Reeditado em 04/11/2017
Código do texto: T6162511
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.