Dédalo

Das noites frias, a lembrança me resta

Dos tempos em que teu olhar era afago para minha alma

Agora um olhar vazio, repousa minha face

Distante de todo o amor que um dia senti

Mas nas entranhas de meu coração

Uma amargura, um sentimento de dor...

Faz-me descobrir o mais sombrio lado da vida

O refúgio dos eternos sonhadores...

Em meio a mausoléus me vejo a meditar

Na dor que corrói meu peito

Virtude da amada que me faz chorar

Descubro em dias sombrios

Minha eterna identidade

Em frases de lápides que me fazem gritar

Volta, amada! Amada minha, por que tão longe estás?

De teu rosto apenas lembranças

E também dos beijos e carícias recordações

Envolto a trajes escuros, em meio a túmulos...

Quero-te em meus braços eterna amada

Diante de eternas moradas estou a lamentar

A linha do tempo de apenas um único sentido

Diz-me claramente que vou te encontrar