SONHO, SUOR E LÁGRIMAS

Pobre homem que tem o cheiro da terra,

Traz na pele, marcas do sol abrasador…

Consome suas forças no vaivém da serra,

Ostenta a enxada e a foice sob enorme calor.

Na luta pela terra vive na escravidão,

Alugando-se para não morrer de fome…

A miséria avassala o vestuário e a habitação,

Inibido de pensar, só o trabalho o consome.

O medo e a dependência lhe impedem de reivindicar,

Alguma migalha do suor da sua lida,

Para algum dia na vida se ajeitar…

Trabalha de sol a sol, sem ter esperança na vida.

A natureza lança o sol escaldante,

Que mirra a plantação…

Mingua a água do gado e tudo que é relevante,

Acabam por morrer os animais de desnutrição.

Cria os filhos descalços, nus ou cobertos de andrajos,

Brincando na lama, sobrevivem assim…

Na porcaria de cães, galinhas e gatos…

Nem sempre freqüentam escolas os pobres mirins.

O vilão da retenção do homem ao campo,

É a existência de terras produtivas…

Num país onde poucos são donos de tanto…

E as terras abandonadas não são distribuídas.

Livro: Se as estrelas falassem... Editora Komedi/ Campinas

SILVIA TREVISANI
Enviado por SILVIA TREVISANI em 12/03/2009
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