O SILENCIO E O NADA

SILÊNCIO E O NADA.

Inquieta! Secreta! Repleta de mistérios.

Lá vou eu desvencilhar o obsoleto.

Escrevo algo em palavras dispersas.

Não te rimo aqui no meu agora.

Por que tens o cheiro da flor do querubim.

Meu jardim está suspenso temporariamente.

Meu silêncio não combina com o inverno.

Nem tão pouco com a dor involuntária.

Frases são efeitos de tabela que invento.

Tento esvaziar a mente de coisas frágeis.

Permito o inusitado dos meus gestos.

Soluciono com um beijo o meu calor.

Parada! Escuto o nada! Um silêncio se faz.

Absorta fito o escuro! Vejo claramente você.

Meus negativos e minha vida são variáveis.

Não tenho músicas, mas danço com o vento.

Adoro meu silêncio! Repito! Silêncio vago.

Eu sinto o vácuo do nada! Eco solitário.

Ao longe, há vida, mesmo assim sorrio.

Estou além dessa terra! É preciso raptar-me.

Surrupio a noite! A lua é minha companheira.

Não tenho lágrimas, mas tenho o silêncio.

Não tenho dor, tenho saudades de um amor.

O nada me distrai, mas não há nada a fazer.

Soraia.