Fonte

Muitos vivem de dádivas,
pensando em ser mar.
Eu, rio a consciência
De minha origem encontrar.
Em alguns rios desaguei
Entreguei-me ao prazer
Sorri felicidades pingadas
Em abraços mergulhada.
Chorei ao desaguar
Em lagos frios sem alma
Surpreendi-me com a superfície
De rios rasos de água.
Encantou-me a profundidade
Do mar salgado e bravio
E nas pororocas da vida
Depois do estrondo, as feridas,
Em um riacho me vi.
Persegui  o caminho em frente
Andando contra a corrente
Subi vales,
Contornei pedras,
Desci montanhas
Até que um dia acordei,
Diante da fonte da vida.