NA SIMPLICIDADE, A BELEZA DE TODOS OS DIAS


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Da estrada eu vi
no encontro das montanhas,
uma casinha de madeira,
que me chamou a atenção.
Com varanda de madeira,
e telhado inclinado,
ela, a casinha,
surgia linda,
e de onde eu estava,
ficava maravilhada.
Mas parecia
ter saído
de um conto de fadas.
Fiquei a pensar
como seria bom
morar naquele lugar.
A curiosidade foi maior,
e segui pelo caminho,
que me levou até lá.
Fiquei boquiaberta
com a simplicidade,
e a beleza que ali existia:
Flores rasteiras e de todas as cores,
ornamentavam os canteiros,
e as trepadeiras faziam a festa,
se enroscando pelas pilastras da varanda até o teto.
Os pássaros cantavam tanto,
que pareciam formar uma orquestra.
Tudo isso e um tanto mais,
deixava-me extasiada,
como se tudo ali,
fosse um sonho.
Passei por uma pontezinha,
sobre um lago cheio de peixes,
onde os patos, cisnes
e outras aves se banhavam.
Pronto, chequei à porta,
vou bater, pensei...
Ai que susto!
A porta se abriu de repente,
e surgiu uma senhora,
com o sorriso mais doce que já vi,
e me convidou para tomar chá.
Gente, se por fora a casinha é linda,
por dentro... Vocês nem imaginam.
A felicidade e a harmonia,
moram ali.
Todo interior é rústico,
e de um tremendo bom gosto.
Lareira de tijolinhos aparentes,
mesa e cadeiras de madeira crua,
cortinas de anarruga nas janelas,
amarradas por fitas,
tudo feito por aquela senhora.
Moringas, potes, panelas de barro...
E até um João de Barro,
nos olhava da árvore,
onde fizera sua casinha.
Em cima da casa,
uma arara multicolorida,
dependurado num suporte de madeira,
um papagaio balbuciava algumas palavras,
que dona Edithe preferiu não me dizer,
quando lhe perguntei, e falou:
é melhor você não saber,
ele aprende muita coisa com meus netos
quando eles vem pra cá nas férias.
Te garanto,
que não são palavras muito elegantes.
Imaginei, e sorri!
Os bichos por ali,
viviam literalmente a solta,
e foi assim,
que ao chegar na porta da cozinha
que dar para um lindo vale,
deparei-me com um pavão belíssimo.
Dali em diante,
nada seria mais surpresa,
porque já tinha visto de tudo...
Mal pensei, e pimba!
Um macaco de olhos arregalados
me fitava de tal forma,
que fiquei sem saber,
se corria ou com ele brincava.
Não deu outra,
a dona da casa
me entregou algumas bananas,
e ficamos amigos para sempre.
Fiquei até a tardinha,
quando as garças repetiam
o balé de todos os dias.
Me despedi daquela doce senhora,
e agradeci imensamente a linda tarde
que ela me proporcionou.
Todos os dias de longe,
observo aquela casinha,
e ninguém parece perceber,
quanta magia, paz,amor
e alegria, ali existem.
Ganhei meu dia!



Eu tenho o privilégio, de morar em uma região montanhosa, em pleno nordeste. Para trabalhar, percorro 60 Km perfazendo um total de 120 Km (ida e volta). Nesse percurso, tenho a felicidade de observar belas paisagens, e foi assim que descobri a beleza dessa casinha, apesar da fotografia não ser dela. Mas podem acreditar, por aqui, existem casinhas iguais a essa, portanto, minha poesia, tem um pouquinho de sonho, e verdade, como a alma dos poetas.




 
Vera Jacobina
Enviado por Vera Jacobina em 23/04/2014
Reeditado em 23/04/2014
Código do texto: T4779801
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