Os tempos de espera

Aqueles segundos antes das respostas:

é desconfortável, mas o cérebro gosta.

Aqueles outros momentos que sabemos quais

melhor prolongá-los porque os ápices são só os finais

Pedaços, espaços do tempo que precedem o fato

Se nutrem de anseios

Que passam mais lentos sem dizerem a que veio

E sua importância é subestimada

Parecendo incômodo por ser demorado

Na hora são estorvos

Depois, nas lembranças são como esperança

Flutuam bailando em imagens perdidas

Como enunciando alguma partida

Quando eram as prévias do que se queria

E como num apelo humilde das almas

Agora desejadas esperas bem-vindas

E contradizendo o que já houvera

Num contrassenso que ninguém quisera

Se sente saudade dos tempos de espera