Diogo
Os ventos correram, os dias passaram, a paisagem mudou
e os ares se renovaram…
mas o que vem de dentro não muda, é perene.
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eu vi um sorriso, que não era o teu
-bem podia –
e aquele brilho acordou o que dormia
lembrei teus olhos no fundo do breu
as estrelas como guia
e tua mão, que abraçava a minha
as minhas cores não mudaram
mas a ausência invisível de ti
agora é concreta e definitiva
meus versos, por dias secaram
em outra vida minha, eu morri
e meu corpo leva uma sobrevida
essa trincheira que se abriu
é uma lacuna maior do que posso
me agarro ao passado pra me consolar
gratos são meus olhos
aqueles que te trouxeram um dia
gratas minhas mãos
que te escreveram, incansáveis
grato meu peito frígido
que aberto e entregue, te acolheu
e grato meu coração
que partiu contigo naquele caixão.
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