PRESO...

Apois, viu! Isso tudo me aperreia,

O sol batendo na moleira,

E minha alma se encandeia,

Tanto que sinto a paz voar.

Vou arrepiado em calafrio,

O coração, cabra arredio,

À pulsar em cada fio,

Um rio contra o mar.

Eira sem beira,

Se eu gritar será besteira,

Num vazio, ribanceira,

E ninguém pra escutar.

Se for demência, a culpa é tua,

Se clemência, não me acua,

Perambulando vou pela rua,

Arretado por aí murmurar.

Se por essa sina conjurado,

Não deixarei nem rastro,

Levarei no coração guardado,

Tudo que não consegui chorar.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 27/08/2016
Reeditado em 27/08/2016
Código do texto: T5741984
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