Ode à viagem

Por entre os sentidos que me facultam

Atrevo-me a ousar o que convém

Alheios os mal aventurados, ora incapazes

Exalto o divino e digo amém

Face ao caos da diversidade,

Do som da cidade, filtro o que me apetece

Do todo o que embala e que entorpece

Aguça-me a curiosidade

Do som construído do artista

Ante ao harmônico e ao ruído

Embebedo-me sem ser fluído

Com o que se solidifica, imagem à vista

Volto ao passado, rio e choro

Entrelaço-me na Poesia

Sem ouvir-me canto em coro

Fluo envolto à melodia

Vislumbro coisas que eu não vi

Revejo até quem já se foi

Danço parado, crio rebolado

Viajo no som que escolhi

Sinto na veia, na alma

De adulto á criança num passe de mágica

Do stress encontro a calma

Contra o mal és a arma

Do real fujo, longe da cena trágica

Vivo num romance eterno

Crio o que me vem, à revelia

Sou o que a multidão celebra

Toco o que quero com maestria

Faço tudo sem abrir os olhos

Vou à lua, volto pra casa

Nunca me canso, haja pique

Minha imaginação arrasa

Mas retorno rápido num clique

Marco Dorta
Enviado por Marco Dorta em 07/09/2012
Reeditado em 08/09/2012
Código do texto: T3870075
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.