DESAFIOS DA MELHOR IDADE

Todos os dias quando sigo para o trabalho...dou alguns saltos na escada, testo as pernas..estão firmes.

Escada rolante? Qual nada quero mais subir os lances forçando o corpo.... Vou desafiar a natureza. Ah, se vou!

Meia idade? Já passei da metade dela. O relógio cronológico registrou, mas...

Eu o lancei fora, quero saber disso não. Quero viver todo o tempo que ainda tenho sobre essa terra de meu Deus!!! Ai que terra boa!!!

Quem falou que a vida é de tristeza? Nunca gargalhei tanto!

Menopausa? Não quis saber dela. Passou por mim e eu nem registrei... foi-se, nem lembro mais, ficou pra trás...

Viver é tão simples... Já dizia o poeta Cazuza “ Tudo é tão simples que cabe num cartão postal”.

Gosto disso: Simplicidade, chuva caindo na janela, vento que me faz querer rodopiar, mergulho em igarapé, pés descalços em terra molhada, balanço de rede... Conversas longas na mesa da cozinha... Viagens para qualquer lugar, dessas sem rumo, ou como diria a minha mãe: “No rumo das ventas”. Sem muitos planos.

Gosto de subir em árvores, ainda consigo fazer isso sem tremer as pernas, quando não puder mais...ts...ts..deixemos acontecer, “para que apressar o rio?”

Poucos desafiam essa idade que os outros teimam em nos enquadrar, resisto e faço de conta que estou entrando na adolescência. Quem me acompanha? O mínimo de pessoas creio que por medo de serem tachadas de loucas, sentem-se envergonhadas. E eu também sinto...sinto muito por não quererem viver!

Bem, eu, desenvergonhada que sou, sigo o caminho traçado antes mesmo de nascer, brincando, correndo, pulando e rodopiando... Ao meu lado, o meu parceiro, companheiro e amado marido Petrus, que não só me dá asas para voar como voa comigo rumo ao infinito.

“Nunca tive medo de me mostrar. Você pode ficar escondido em casa, protegido pelas paredes. Mas você tá vivo, e essa vida é pra se mostrar. Esse é o meu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho”. CAZUZA