Terra

Como pode o homem

Ter um desmesurado “Eu”

E nada mais lhe interessar

Enquanto acredita que é o ser mais poderoso da Terra

Desdenhando o vento que teima em enfrentar

Zombando da água

Que nunca se cansará de desviar

Poluindo o que é dos outros

E não apenas seu

Atrevendo-se a sujar até o céu

E ele está tão embrenhado nas suas certezas

Alicerçado nas suas conquistas

Que não vê

Ou não consegue perceber

Que o mesmo vento que desdenha

É quem escreve a História

De todos os tempos da Terra

Escrevendo esta

Nas mais imponentes montanhas

A água de que ele zomba

Acaba sempre por vencer

E as suas construções

Que julga imortais

Acaba por corromper

E o céu

Por ele ignorado

Por ele massacrado

Está lá

Nunca deixará de estar

Não para

Quem o quer matar

Mas para quem o ama

E persiste em admirar

Está lá

Para quem está na Terra

Não para a usar

Mas quem está por cá

Para a desfrutar

Enquanto todos os seres

Todas as coisas dela

Tem o cuidado

Ou evita

Magoar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 16/09/2014
Código do texto: T4964374
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