As Teias do nosso Tempo

O tempo é como uma teia

Cheia de pequenos fios

E que juntos formam aquilo que fomos

Aquilo que somos

Aquilo que seremos

Um conjunto

De teias de diferentes tamanhos

Que desejamos ser belo

E quando tocamos nas teias de outras pessoas

Passamos a interferir no tempo delas

Alterando em simultâneo o nosso tempo também

E assim por vezes

Dois tempos fundem-se

Para passarem a serem apenas um

Um tempo que parece ter parado

Nascendo uma espécie de eternidade

Algumas pessoas podem chamar a tal

“União”

E acho apenas que isso

É o bater de um coração

Um coração feito de duas metades

Tão diferentes

Que não sabemos

Como puderam encaixar

Mas iguais

Porque uma sem outra não sabem estar

Por isso gosto que as minhas teias

Nas tuas se possam enredar

Gosto

De sozinho

Já não conseguir respirar

Gosto

De o tempo sem Ti

Não conseguir imaginar

Gosto que estejas aqui

Para que o tempo

Possamos enganar

Porque temo envelhecer

Quando comigo

O tempo já não queiras partilhar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/03/2015
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