Quem completará os meus versos?

"... Toda vez eu me pergunto,

Quem será que pode completar

Esses versos mudos que eu escrevi?

Pra tentar me convencer.

Que eu consigo sem você,

Respirar enfim, um momento só pra mim,

E deixar a vida acontecer..."

(Alexandre Castilho, Marcus Menna, Victor Pozas)

A ausência é tamanha

que o verso capenga,

a rima foi pro espaço

como se um balaço

matasse a quenga

no romper da entranha.

A saudade é tanta

que a letra se perdeu,

como se o caminho

nunca tivesse sido ninho,

a fé fosse a de um ateu

e o frio não tivesse manta.

A dor é tão vasta e intensa,

o ciúme tão corrosivo,

que a certeza é um vão

a destruir qualquer tesão

de um desconhecido ser invasivo

que tenha uma lanha pretensa.

O piso tornou-se tão escorregadio,

como se ensaboado,

e assim eu me equilibro

como tivesse na cabeça o livro,

já num tom desbotado,

daquele poeta vadio.

Simultâneo:

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