QUANDO AMAR É TUDO

Descansa a minha fuga no divã dessa loucura;

Porque nem mesmo a incerteza obtura essa cratera de convicção;

Refaço as inteirezas com dissolução, me dilacero com ternura;

E aos céus me lanço quando na desembocadura de tua sedução!

E passo a expelir o que me contradigo por osmose;

Nessa bendita virose que me bombeia jasmins pelos pulmões;

Negando atendimento às deprecações no sal da doce hipnose;

Achando nos teus lábios a overdose dessas fascinações!

E o giz dessa promessa não é calcário de frágil fragmentação;

É nutriente para a irradiação do sol em tempos de penumbra;

O solo é platéia que se deslumbra perante a graça de tua locomoção;

E a mais perfeita emoção se dá no meu olhar que te vislumbra!

Louvada seja a transigência que em mim se faz intolerante;

A eternidade presa ao instante em que se dá essa sinfônica perfeição;

Porque não fosse a tua mão, meu coração seria andarilho errante;

Pois sem o teu semblante até o horizonte seria um espetáculo vão!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 13/10/2009
Código do texto: T1863408
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