ESPERA PASSIONAL

A espera angustiante

A tortura ansiosa

Dilacera minha alma aos poucos

E os pedaços que se soltam de mim

Pensam por si, desta forma

Uma parte, que te quer, diz assim:

- Quando vou te ver ?

- Sentir teu ar, tua voz, tuas mãos?

- Olhar te ao menos de longe...

A outra parte, ansiosa e calma, discursa assim :

- Tua existência já me basta

- Só por saber que você está ali, sou feliz por você existir

Ser dilacerado, vagando entre minhas partes é o que sou;

Sou egoísta quando te quero tanto pra mim

Sou fraterna quando te deixo existir

Estas partes em que você me quebrou

Confundem-me tanto a alma

E a cada noite, um pedaço meu some perdido na escuridão

Apesar dessa angústia entre-partes

Não é só isso que me alimenta a alma

Possuo ainda a esperança de ter você novamente

És um vício que alimento calada

E

Sem te dizer nada

Vou seguindo hipócrita, fingindo sorrisos

Enquanto que, por dentro sou pó e terra batida

A doença de querer quem não nos ama

Nos leva a loucura sem saber

Entorta a pele, enruga o rosto, é feiúra de se ver

Bonito é o sorriso que te faço

Quando você chega faceiro

Menino do bairro, ligeiro

E finge me querer

Aí sim...eu me junto num só pedaço

Sou todinha pra você

É assim eu te quero também

Nem que seja só por um momento

Ès a doença que cultivo ardendo em chama

Que me faz tola, insensata, sem caminhos

Sou feita de pedaços que junto aos poucos

A cada mísero beijo teu.

Minha prece silenciosa ao céu, já fiz.

Já pedi às estrelas pra te contarem

já sussurrei à lua, mas quem sabe ?

quantos pedidos a lua já deve ter em sua caixa postal ?

estou na fila dos amantes dilacerados de tanto querer...

Um dia, quem sabe, você note

A poeta que te olha tanto

E que os sorrisos delas são só pra você...

Adriana Alves (Poetisa Lancinante)
Enviado por Adriana Alves (Poetisa Lancinante) em 24/10/2009
Código do texto: T1884447
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