SAUDADES DE VOCÊ

Já vai alta a madrugada

E eu não consigo adormecer!

Na solidão de um sombrio quarto

Penso escutar seus passos

Ecoando pela casa,

Mas que vã esperança,

Não era você!

Era apenas a chuva

Batendo do telhado,

Era o vento nos meus ouvidos

Que a gemer frios murmúrios

De uma gélida saudade

Pedia para eu não te esquecer.

Mas enfim dois anjos alados

Apiedando-se do meu padecer

Chegam voando

Para fechar meus olhos

E tomando minhas mãos

Carregam minha alma

Para longe desse corpo

Exausto de tanto sofrer.

E atravesso a noite

Em profundos delírios

Nos quais sonho com a luz

Dos dias ternos

Em que estavas ao meu lado,

Mas depois precipito-me

Em escuras noites

Repletas de densas trevas

Repletas de gritos e gargalhadas

A atestarem minha loucura.

Meu deus!

Porque tanta tristeza

Sobre os ombros desse mortal?

É tamanha a minha desventura

Que os negros arcanjos

A carregarem minha alma

Não eram a morte

Que eu tanto peço aos céus.

E quando o dia amanhece

Eles me trazem de volta

Para outra vez mergulhar

Nesse mundo de saudades

Que eu sinto de você.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 30/06/2011
Código do texto: T3065878