Calor intenso  é o que sinto;
Talvez porque seja o  dia
Ou, porque seja este o quinto
Dia do mês que me esvazia...
Ou, porque estou bem faminto
E, fiquei  assim vazia...
 
Que leva sentir calor
Se tudo que tenho é meu;
Se  tenho meu Benfeitor
Que a minha Tristeza leu;
Se tenho um Fio Condutor
Que sempre me protegeu?
 
Esse calor será medo?
Medo da noite que chega,
Não ouvir o passaredo
Saber que vida me prega
Peças desde muito cedo,
No silêncio me relega?
 
Talvez viva num Deserto...
(Um deserto bem extenso)
Fico sempre boquiaberto e,
Mesmo que não queira, penso
No  Tempo sempre bem perto;
É  impiedoso e não o venço.
 
Então, n’alma chega o Frio...
Um frio que congela os ossos;
Pra mim, só, confidencio:
Em volta não há destroços,
Somente um corpo sombrio,
Que com Lágrimas adoço...
                                                                                                                                                        
Lágrima é minha  alegria
E sinto o seu sabor doce;
Carregou-me pra Poesia.
Versos de mim tomam posse.
Calor. Frio. Só fantasia...
( Que seja! Que me remoce!)
 
D’alma se foi o Deserto!
Virou verso a Incerteza
Pelo poema fui  liberto.
Faço dessa madureza
Um coração sempre aberto
Para o Amor e a Beleza!
 

 

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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Desertos da Alma
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imagem: Google



 
MVA
Enviado por MVA em 13/02/2012
Reeditado em 13/02/2012
Código do texto: T3496440
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