O CAPITÃO DO NAVIO

Hoje estou retornando para o mar,
serei do navio, novamente o capitão,
mas de ti, para sempre vou lembrar,
vendo em sua imagem a pura emoção.

Tristeza? É o que mais sinto,
não verei mais o labirinto,
que me levava a seu coração.

A noite, quando sozinho no navio,
olhando para a lua,altair, antares,
lembrando do marinheiro que partiu,
sem voce, navegando pelos mares.

Meu veleiro errante,
vai para lugar distante,
longe de seus olhares.

Deu me amor, ternura,tantos carinhos,
desde o dia que nessa baía ancorei,
foram tão lindos, nossos caminhos,
certeza, os mais belos que naveguei.

Adeus a ti, e ao verde monte,
terá só água no horizonte,
no mar, seu rosto verei.

Voltar a te ver, nenhuma esperança,
triste verdade, uma dor que esmaga,
mas sei, não morrerá sua lembrança,
então, o coração do marinheiro naufraga.

Vejo a dolorosa saudade,
dos dias de felicidade
chama que não apaga.

No leito macio que tantas vezes deitei,
estou sabendo, outros irão frequentar,
não sentirá o perfume que lá deixei,
seus olhos verão outros em meu lugar.

Ondas, água e o mar azul,
estou rumando para o sul
com a tristeza a me fitar.

Está na mente essa lembrança viva,
que ninguém vê, não sabe a tripulação,
mas que trás minha mente tão cativa,
nas águas, nos mares, nos portos da solidão.

A onda, que na noite ecoa,
mexe comigo, lá na proa,
só vejo a escuridão.

Está sem rumo, o meu possante veleiro,
e não acredito o quanto em dias mudei,
não sou mais livre, do amor prisioneiro,
desde o dia que essa linda mulher deixei.

Mundo de uma fantasia,
dorme lá minha poesia,
e eu, até hoje não acordei.




GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 10/04/2013
Reeditado em 10/04/2013
Código do texto: T4234298
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