Só lembro da Lee, ao lembrar de você...

Me diz por que és assim...

Diz por que se afasta de mim...

Há quanto tempo te vejo

Há quanto tempo desejo...

Há tempos estás presente

E eu aqui... Continuo penitente

Desse amor indecente

E infeliz.

Como um dia te quis...

Como ainda te quero...

Como te perdi, mas mesmo no vulto, venero...

Mesmo no “não”...

Principalmente no vão

De palavras ditas pelo silencio.

Perdão já não diz nada tem muito tempo, mesmo no suplício

No início, no talvez...

Por que esse amor assim se fez?

Por que continua o processo, o seguimento

De quem nunca terá livre acesso a esse seu sentimento?

Ao ingresso para o teu coração...

Esse teu, que insiste no Não.

Só diz se posso... Se eu tenho chance...

Se ainda está ao alcance

Do meu amor mal acabado...

Castigado, indecorado, mas incessantemente confessado.

Meu coração não é culpado, mas minha mente sim

Meu ego, sim

Mas, não quero voltar no passado

Sei que tudo ficou de lado

Só não sei como vou me recompor...

Não sei, quando se trata de amor.

Só Rita, pra me ajudar...

Só ela, para me impedir de gritar...

Por que não desaparece da minha vida?

Por que não vai, me leva e me oferece guarida?

Se você não está aqui não vale à pena fingir que posso

Não me vale sentir livre, não é um bom negócio.

Me deixa sentir o que não tive o prazer de tocar...

De beijar...

Me deixa ter de novo o que nunca foi meu

Me atiça, ludibria, me deixa no breu

Mas seja meu, por um instante.

Vem ser meu amante...

Vem ser o que preciso...

Só me mostra teu sorriso.

Eu jogo tudo para o alto

Asfalto, planalto, sobressalto

Nada me atrapalha, só a vontade

A necessidade

A imensidão do querer...

Como pode? Qual é o gosto de me fazer sofrer?

Eu ainda estou aqui, vem!

Vem, por favor... Para meu bem.

Não diz que não pode. Não faça isso...

Tome cuidado, não seja remisso!

Só tem um pior disso tudo...

De não me querer, de me rejeitar... Desse seu escudo

O pior é saber que eu ainda vou te esperar...

É saber que vou sempre voltar...

A cada sinal, a cada visita, a cada ligação...

Sempre que ouvir aquela canção...

Vou sempre voltar pra você

Vou sempre querer entender por que não há perdão...

É difícil explicar para o coração

Ele nunca entende.

Acho que só sente...

A falta... O frio... O cansaço...

O quão preenchido ainda está, mas ainda falta um pedaço

Falta um abraço... Um beijo... Um sim...

Por favor, volta pra mim!