UM TELEFONEMA DENTRO DA NOITE

Trimmmmmmmmmmmmmm. . .

Eis que o telefone finalmente toca,

em meio à noite.

Atendo ansioso.

Depois do meu alô

e de um angustiante silêncio,

ouço, quase em lágrimas,

o som mais precioso:

a tua voz maviosa,

a me despertar no peito uma esperança,

a acender fogueiras juninas em minh' alma

e provocar terremotos e furacões inesperados,

na província de mim mesmo,

antes, território árido e abandonado;

agora, ao som da tua voz,

que me declara amor exacerbado,

região florida e iluminada,

onde, o meu sorriso

é a lampada do poste a iluminar a rua,

fazendo brotar flores por todo lado,

até nos escondidos das pedras

onde moram os escorpiões.

- por Hans Gustav Gaus, heterônimo de JL Semeador de Poesias, em 28/05/2010, levemente revisado na noite de 18/05/2014 -