Seria cantiga de amor?

Se pudesse, do meu peito, arrancar

Essa raiz que agora se encrava

Já tinha jogado fora, ou na privada

Todo acúmulo que não me cabe guardar.

Para quê serve todo esse nervosismo primeiro

Se não posso usar integralmente?

Nem ao menos sentir em doses quentes

Essa cantiga de amor, transformada em nevoeiro.

São meras confidências silenciosas

Que se comprazem no impossível

Nunca vi algo tão verossímil

Que essa vontade tão talentosa.

Jogo num quarto escuro

Todo esse jogo, esse absurdo

Que não me cabe sequer mentir

São danças de emoções atoladas

Que se envolvem no fantástico

Sem esconder ou fingir.

Cruzei com um destino dolorido

Nada está nas estradas, é um enigma

Contém o que não vejo de verdade

Atalhos que seduzem são leves correntes

Que amarram loucos muito carentes

Que esquecem até da sanidade.

Belly Regina
Enviado por Belly Regina em 26/04/2015
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