Perseguição

Ela caminha altiva e confiante, mulher!

Que exuberância! Que graça! Que vida!

Eu absorto, desperto e clamo: querida!

Não recebo olhar, sorriso, suspiro sequer.

Recolho-me, envergonhado, triste

Diminuído, pequeno e submisso

Pergunto-me, questiono-me, por que isso?

Se ela é minha, só minha, não viste?

Insisto, ajoelho-me, atropelo o coração,

Ela, senhora, voa, sublima-se, em vão

Nessa perseguição louca, insana,

Despedaça-me, tritura-me, mata-me,

Aos poucos, a cada ausência de seu olhar,

E, morto, volto, eternamente, a caminhar.

Anna del Pueblo
Enviado por Anna del Pueblo em 29/08/2015
Código do texto: T5363339
Classificação de conteúdo: seguro