De novo
 
Há tempo não a ouvia,
mas, eis que de novo, a lúgubre cotovia
grita a dor dos homens traídos
e a dos sonhos não amanhecidos.
De novo, o histérico riso das dementes
contrapõe-se ao silêncio das ausentes.
De novo, a solidão dos corpos perdidos
e a angústia dos delírios proibidos.
De novo, o exílio do mar distante
e a impressão de que o amor eterno
durou apenas um instante.