De saudade em saudade,
a despeito de uma tola esperança,
não morrem os sonhos.
Resta no peito
o desejo de prosseguir
e uma ausência inexistente
nesta dádiva chamada vida
À parte de todos os meus medos e coragens,
descubro que ainda estou aqui.
Disseram-me que o cais era o porto seguro do corpo
e o mar uma senda de tempestade.
É inevitável velejar...
Ao marinheiro que tem coração,
as ondas podem trazer incansável tristeza
com fortes tempestades de dor,
mesmo assim,
é no mar,
onde ela,
a vida,
 decidiu espelhar
o reflexo molhado das lágrimas.
Lá brilha um céu de sentimento.
O amor desconhece explicações,
e somente no vento de cada verso
e no intervalo e lacuna das palavras,
tempestade que o coração pode ler,
é que o poeta consegue expressar
o que é inefável.
Se em terra firme há segurança para a vida,
no oceano do sentir existe esperança para a alma.
E se alto vivo meus sonhos,
mesmo que em mar revolto,
ainda que tristonho,
aprenderei a navegar...
 

 
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 24/03/2017
Reeditado em 01/04/2018
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