O MAIS ALTO SENTIMENTO

Meus dias não se pautam pelo relógio,

nem pelas pedras gastas que na estrada se engastalham,

nem faço conta do vento que faz tremer o arvoredo,

sigo pelo caminho que vejo diante de mim,

rasguei o calendário e nem sonho com o futuro,

escrevo sem temor e sem resquícios de febre,

sei que o corpo é finito e alma breve...

Agradeço ao mar que me lava a alma com o seu sal,

aos pássaros que dançam diante de minhas íris,

mando cartas escritas à mão para os meus amigos,

olho a folha de outono que fenece e a ela faço uma prece,

quantos oceanos entre eu as perguntas que ninguém pode responder,

quantos miseráveis entre eu e meu prato na mesa,

quantos sentimentos derivados do medo e da angústia,

mesmo assim faço do meu coração a escada

que me leva ao mais alto sentimento,

o amor...