tela minha

*DILEMA


Era tarde o sol estava declinando
roçando a água, magia habitual,
olhava eu, abismada ao ritual
tanta beleza cativa, meditando.

O vento açoitou levando imagem
nas horas que o Ângelo anuncia,
contemplação nas horas, agonia
fechei a mente, só via a aragem.

Deitada no dilema eu me perdi
presenciando a natureza, absorta
a mão Divina, a natureza morta
os que vieram, os que devem partir.

O bem duelando como as ondas
num dialeto quase sobre-humano
discurso entre guerras, desumano
primitivo ser, preservação profana.

Que força, a maldade se alastrando,
a terra bordada, no vermelho o grito
sussurro e gemido, a cama, o conflito
natureza e povo passível duelando.

Os olhos derramaram sobre a face
a pequenez da lágrima desvalida,
sono chegando e emoção falida
vi no dilema um mundo tão fugace.


3º lugar Salvador e Poesias sem Fronteiras SP

Do livro: Silêncio que Fala.

 
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 25/06/2017
Reeditado em 25/06/2017
Código do texto: T6036969
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