Velejando no teu mar cristalino



Ainda rasgando os lençóis em alto-mar
Eu não me perco neste dourado paraíso
Ventiladas com o assobio da ampliação
As ondas se rescindem no azul turquesa
Vai  espingando na cabine de  comando
Molhando o meu uniforme, e distintivo
Com ligeiras variações, o tempo emana
Entre o céu e o oceano na linha costeira
O nível do mar desce na minha aparição
Advertindo a imagem da musa almejada
Meu arrebol! Com cabelos da cor do sol
Navegando na infinidade do sentimento
Profundo como toda a cavidade cósmica
Balança o velame com rigidez sugadora
Içando a proa na dança da água e ventos
Meus olhos assistem  todo convés vazio
Apenas o meu coração  bate, bate e bate
Na certeza de lançar âncora na calentura
Aproximo da popa com a mão no queixo
E acerto a largueza das espumas brancas
Percorrendo nos meus rastros veneráveis
As doçuras que me fazem ser um capitão
Um comandante dos afetos de uma musa
Volto à cabine  ouvindo all in love is fair
O som conexo da  minha alma para amar
É a chama ardente da musa encantadora
Virando nas ondas geográficas, é bem ali
Na bonança que cisma na dilatada falésia
Surge um miúdo lampejo de um lampião
Beiro a nau na Praia de Canoa Quebrada
E vejo o fulgor dos olhos da minha alma
Sofismada no vestido azul da cor do mar
A  bela  deusa me espera na minha vinda
Colando o olhar sem cessar pra me amar
É ainda, toda linda, esplêndida na feição
Que improvisa  adentro do meu coração.

I
 
E com prazer que recebo na minha escrivaninha o belo soneto do nobre poeta Jacó Filho, o qual agradeço.

ENTRE O SOL E O MAR

Contorna o corpo, que em ouro, moldura,
A luz do Sol poente, ao entrarem no mar...
Bastou o instante pra eternizar seu olhar,
E o céu tocar sua íris e incluir na gravura...

As ondas desfazendo seus rastros na areia,
Reforçam sentires num mesmo compasso...
Quando o Sol esfria, aquece-me o abraço,
E seu coração, sincronizado me incendeia.

A beleza exposta sob olhos convergentes,
Mesmo entendendo, seu efeito fascinante,
Invadem-me ciúmes do amor, dissonante...

Entre o Sol e o mar em visão permanente,
Preservo a devoção num sonho constante,
Por entre estrelas somos eternos amantes...


II
É com encanto que recebo a pureza dos versos da ilustrada poetisa Sonia Nogueira, abrilhantando com majestoso soneto esta escrivaninha.


Além do Mar

Fim de tarde, a vida pernoitava,
Buscava na escuridão o sonhar.
Imagem distante que singrava,
Cultuava saudade no penar.

Tanta era a saudade na agonia,
Que o vento solidário aportava,
Consigo ah, levava a fantasia
Da criança solitária e escrava,

E da distante rota no além-mar,
lembrança e tristeza em companhia
Dormiam embutidas no pensar.

Na imagem que ao longe inda flutua,
Há luzes distorcidas a agonia...
Partilham, vê amor, lembrança e lua.


III
Recebo os valiosíssimos versos da querida poetisa Deyse Felix, colorindo mais ainda.
 
Deyse Felix


É uma linda viagem
  repleta de belas cores
as ondas parecem miragem
nos corações repousam amores.



 
 
ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 20/07/2017
Reeditado em 23/07/2017
Código do texto: T6060077
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