Decifrado

Do mosaico dos rostos da multidão

Escuto vozes como que em uma torre de Babel

Ininteligíveis, me causam confusão

E o impacto da chegada de um tropel

E em seus rostos vejo traduzidos pena e pesar

Mas como? Se eu me sinto tão forte

Parece que vejo ao meu lado um padre a rezar

A extrema-unção de um “in artículo mortis”

Talvez por na rua ficar olhando para baixo?

Dizem que vivo num transe profundo

Que aqui eu não me encaixo

Que vivo num outro mundo

Mas decifrar o amor é uma certeza

Questão de tempo - Por isto continuo focado

E numa calçada curitibana de pedras portuguesas

Acharei o algoritmo e ficará tudo explicado