Alva

Suave a tua voz

Languida ao telefone

Ao falar coisas da vida

Arrebata-me de fome

Sara minhas feridas

Dourados os teus cabelos

Amarrados em madeixas

Perigosos feito redes

Longas crinas

Que voam teus galopes

Macia a tua tez

Por onde caminho as mãos

Nas curvas sinuosas

Tuas retas perigosas

Tento conter a excitação

Meigo o teu rosto

Que deita teu sono

Descansa tuas linhas

Acorda meus arroubos

Desperta meus libidos

Vermelha a tua boca

Que beijos não me roubam

Fruta molhada suculenta

De tórridos sabores

Que meus lábios me lamentam

Perfeito o teu corpo

Que toco devagar

Com meus dedos cautelosos

Delicadamente a tatear

Nesse silêncio cuidadoso

Róseos os teus mamilos

Que me chamam ao teu seio

Fitam-me sedentos

Nos momentos de anseio

De aconchego no teu peito

Cálido o teu sexo

Orquídea cor de fogo

Jardins onde o teu jogo

Incendeia nosso nexo

E me inunda em tua seiva

Alva a tua luz

Que me cega ao acaso

Ofusca-me no ocaso

Meus olhos inebriados

Resta-me então render-me.

Fábio Pirajá
Enviado por Fábio Pirajá em 25/03/2008
Código do texto: T915508