JARAGUÁ

JARAGUÁ

Esbraveja e vive das histórias que tem nas ruas e becos

Nos casarões, canto das nobrezas, nos armazéns o serviço

Avanço, moeda farta, noitadas em segredo

Do porto via quem chegava e quem partia em sem eu ofício

Anos vigorosos, movimentos que construíram a história

Patrimônio rico dos alagoanos

Antes de Maceió desabrochar já via o progresso na Aurora

Trabalhadores e comerciantes aos poucos se firmavam

A aldeia dos pescadores ganhava novas formas, novo modelo

Dava lugar à vila, ao bairro, aos amores que faltavam

Lugar apropriado para oportunidades e festejos

Desenvolvimento do comércio, dos negócios

Patrimônio rico dos alagoanos

Das damas e dos cavalheiros graciosos

Nos encantos dos casarões, exuberância e poder

No raiar do sol a força do homem trabalhador

Nas costas carregava a esperança, meio de sobreviver

Contidos nos gestos, irreverência no seu penhor

Plantando sementes com a força dos braços

Patrimônio rico dos alagoanos

Força alimentada pelo mar e pelo sol em seus raios

Memória de recordações do seu alvorecer

Testemunha do primeiro governador das Alagoas

Que em 1818, Sebastião Francisco viu aqui descer

Anunciava um novo tempo, nova garoa

Berço da história, orgulho que o tempo não apaga

Patrimônio rico dos alagoanos

Vida vivida de formas variadas

Decadência, abandono, o tempo fez sofrer

Lugar fantasma das ricas memórias

Vagando nos espaços gritando para não morrer

Luta pela sobrevivência da sua história

Em sua riqueza escondida, esquecida

Patrimônio rico dos alagoanos

Jaraguá esbraveja, continuará sendo vida.