Zanzalá o Poema

Vou partir pra Zanzalá

No vento da madrugada!

Fica do lado de lá

Desta muralha azulada!

Quero embora para lá

Porque aqui já não me cabe...

Quero a flor do manacá

E o mangue cor de azinhavre.

Nessa terra Zamiresca

Quero viver poetizando

Lá tem frutos e água fresca

E uma rede, quando em quando.

Lá numa Pira incansável

Brilha grande evocação.

Pai Sumé, esse honorável

O fogo dá a distinção!

Ensinou a agricultura,

Falando de paz e amor!

Pra que o homem co’estrutura

Alcançasse o seu primor.

Vou partir pra Zanzalá

No vento da madrugada,

Vou-me embora para lá

Com a alma descansada!

Lá, portas ficam às largas

Pois o medo é coisa finda.

Há paz em todas as plagas,

Serra abaixo, serra acima!

Lá terei meus camaradas

D’arte e da literatura...

E o cantar das madrugadas

Sinfonia de abertura...

Lá terei minha cabana

Onde amarei com ternura

Uma morena serrana,

Fruto da minha ventura!

Baseado em leitura do livro Zanzalá do escritor Cubatense Afonso Schmidt.

Zamiresca – A junção das palavras Za e Mir que em Russo quer dizer: pela paz.

Afonso Schmidt criou a palavra Zamiresca, no sentido : um lugar de paz, terra de paz

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 05/06/2017
Reeditado em 18/03/2023
Código do texto: T6019474
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