Janelas do Passado

Passearam meus dedos no velho retrato

Procurando achar alguma coisa viva

De toda a candura que parecia estar em

Alto relevo...

Os cândidos e fúlgidos sorrisos

Quase mal brilham sob o lenço de pó

Imóveis movimentos que nos dão

O bilhete de passagem para

A realidade que já se foi...tão longe, tão perto

E estes dias desbotam

Estes dias submergem ao novo

E podemos vê-los apenas

Pelas janelas que se chamam

Retratos...

Vemos que nossa felicidade

Está em pleno mal trato, presa naqueles papéis

Sem esperança de nossa volta

È tudo que nossa mão não alcança

Mesmo esticada ao extremo

No limite dos músculos inúteis...esforços utópicos

E são tantas janelas para o passado

Com suas vidraças lisas e amareladas

Tanta vida arquivada e tanto gosto de mel

E que mel... que doces pedaços obsoletos...

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 31/07/2014
Código do texto: T4903508
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