Janelas do Passado
Passearam meus dedos no velho retrato
Procurando achar alguma coisa viva
De toda a candura que parecia estar em
Alto relevo...
Os cândidos e fúlgidos sorrisos
Quase mal brilham sob o lenço de pó
Imóveis movimentos que nos dão
O bilhete de passagem para
A realidade que já se foi...tão longe, tão perto
E estes dias desbotam
Estes dias submergem ao novo
E podemos vê-los apenas
Pelas janelas que se chamam
Retratos...
Vemos que nossa felicidade
Está em pleno mal trato, presa naqueles papéis
Sem esperança de nossa volta
È tudo que nossa mão não alcança
Mesmo esticada ao extremo
No limite dos músculos inúteis...esforços utópicos
E são tantas janelas para o passado
Com suas vidraças lisas e amareladas
Tanta vida arquivada e tanto gosto de mel
E que mel... que doces pedaços obsoletos...