QUAL DELÍCIA NÃO DEIXA CERTO DESGOSTO?

Há tantas coisas que gostaria de esquecer,

E por isso aqui, não quero, não vou citar,

E tantas outras que tento eu rebuscar,

E que eu nestes versos quero reviver.

Juro que amei alguém na mocidade ,

E fui feliz por apenas alguns instantes;

De uma rara blandície de debutante,

Um doce anjo com asas de cumplicidade;

Sorriso de brancos lírios ao alvorecer.

O olhar, uma meiga estrela cadente ,

Pousando no cálice de uma flor luzente,

Na boca o hálito inebriante de mulher.

Altivos seios apontando o horizonte,

Esbelto corpo, com trejeitos vicejantes,

Me embriagava o íntimo a cada instante

De sensações tatuadas na alma insonte.

Nossas estrelas se alinharam em harmonia,

De sonhos pintando os nossos pensamentos ,

Vibrando a cada viço de nossos momentos

Nas longas asas de nossas doces fantasias.

Qual delícia não deixa certo desgosto?

Nossas mãos se afagando na despedida,

Segui o destino da videira ressequida,

Uva macerada desfeita em mosto .

de egê- sp

EGÊ VALADARES
Enviado por EGÊ VALADARES em 25/02/2015
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