SAUDADE

Saudade.

Da minha terra

Dos bem-te-vis cantando

À tardinha

Dos galos de campina

Das lambus que assustavam

Quando levantavam voo

Do gavião que pegava pinto

Que junto com a galinha

Ciscavam.

Da mãe-da-lua que cantava à noite

E nas noites de lua cheia

Encantava quem passava na estrada e ouvia.

Do pica-pau que furava o pau branco.

Procurando larvas para comer

Dos sapos que cantavam à noite

Da jia que cantava dentro do buraco

À beira da lagoa

Dos beija-flores que vinham pela manhã

Beijar as flores das plantas que

Ficam no terreiro da casa.

Das borboletas que faziam uma verdadeira

Festa cheirando as flores

Da cobra que engolia sapo

Da raposa que de madrugada vinha pegar galinha no poleiro.

Da lagoa, do cacimbão e, do açude que fica no pé da serra.

Do burro que dava coice

Dos cabritos escramuçando

Do potro que corria todo feliz

Saudade invade o coração, mas não mata.

Maciel Francisco Garcia
Enviado por Maciel Francisco Garcia em 29/04/2016
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