Ilhas de desencontros

Nesse mundo de ponta-cabeça,

pessoas passam por você à todo momento,

nenhum bom dia, nenhum olhar,

nenhum abraço, nenhum aperto de mão,

nenhum Olá, nenhum "tudo bem"?

onde estamos agora?

Se eu pudesse viajar para outro lugar,

onde pudesse ser visto para além de celulares,

onde pudesse existir para além de whatsapp e Facebooks,

onde pudesse entender o sentido da vida no coletivo,

deixar para trás essa onda de individualismos e egoísmos,

para onde estamos indo?

Percorrendo estradas solitárias,

cheios de uma saudade vã no peito,

caminhando em sombras do que já fomos,

dramatizando esperanças ilusórias,

nos segregando em ilhas de tecnologia,

o que de fato esperamos?

Estou aqui acendendo fogueiras, fazendo sinal de fumaça,

hasteando uma bandeira colorida contra um céu azul,

enviando mensagens em código-morse,

querendo apenas ser ouvido, ser encontrado,

para conversar sobre as amenidades dos dias,

porque é tão difícil fazer amizades hoje em dia?

Se eu pudesse mudar tudo isso, mudaria a mim mesmo,

mudaria você, mudaria à todos nós!