Simples e Eterna Amy
Quem poderá entender e tocar na tua dor secreta?
Tua voz ainda ressoa notas cheias de força e beleza,
Mas havia uma brisa torrencial de uma agonia indiscreta
Que se ocultava na paixão de teus olhos cheios de tristeza.
Sim minha menina! Essa mesma tristeza que bebias
E que tanto derramavas em tão hipnóticas harmonias,
Mas eu grito o teu nome e escuto o teu honesto segredo
De tanto amar o que deveras no amor causa tanto medo.
Tua sede insaciável em ingerir as sensações abstratas e concretas
Que brotavam de todas as melodias que vibravam na morte e na vida
Jamais apagaram as chamas de teu insólito caminho e de tuas metas,
Sabendo que ninguém entraria e beijaria as tuas insanas feridas.
Cantaste as inúmeras paixões perdidas e os amores possíveis;
Bradaste os sentimentos humanos que hoje as pessoas só velam.
Choraste as traições e os luares de tantos vínculos e noites terríveis,
Teu coração machucado musicou sofrimentos e sorrisos irreversíveis.
As tatuagens das tuas lembranças, traumas e sonhos
Também choravam em teu corpo tão julgado em teus palcos.
Os vícios daquele amor que tornou teu ser sensível e tristonho
Não poderiam desintoxicar o teu coração melancólico e risonho.
Ah minha Amy! Só almas tão torturadas, isoladas e compreensivas
Sabem o que é afundar em si mesma, e ainda buscar se perdoar.
Minha amiga desolada! Teu sol e tua escuridão habitavam em teu cantar:
Na tua voz que não temia exageros, mentiras e as tensões de se amar.
Não minha amiga, permaneça com os teus olhos fechados!!!
Descansa em teu doce sono eterno que Deus te concedeu.
Dorme minha errante estrela cantante, o mundo pouco te entendeu;
Mas os poemas, emanantes de tuas sinceras e simples canções,
Nesse mudo e frio universo eternamente serão louvados e ecoados
Pelas mãos do Indizível para o cerne de todas as coisas e seus corações.