Sem Direção
Um céu cheio de estrelas com olhos reluzentes tentavam alegrar minha noite:
- Seu amor voltará no próximo verão, jovem senhorita triste! – dizia-me.
O silêncio em minh`alma era espantoso agora, e meu desejo era parar de caminhar e correr para sempre dando voltas ao mundo chegando a à exaustão...
Correr no vento morno do verão,
correr na chuva fresca e doce, – dançávamos nela com as taças nas mãos,
Mas sei que ao correr, tudo me acompanharia como sombra. Tudo!
Tudo o que é teu.
Olhos sonhadores,
sorrisos absurdamente lindos
Tuas músicas,
Tuas letras,
Tuas mãos nas dissertações...
Teus óculos sobre a mesa e tuas palavras; palavras, palavras...
Mais palavras, e até mesmo um choro que vi escondido em tua fotografia num dia emotivo teu.
Teu livro que não li...
A danceteria hoje é o próprio inferno, cheio de diabinhos felizes e libidinosos...
- prazer em conhecê-los, senhores! - disse-lhes.
Uma trôpega sóbria nunca sabe o que fazer das flores que ganha na bandeja do café...
Mas tu, criatura cheia de sóis, estava ali, bem à minha frente a sorrir e chorar!
A não querer-me por perto,
a amar tudo o que sou - à distância, – me percebendo em olhares quase tristes.
O que não sabias é que já te havia roubado num de teus momentos de distração, e estavas alí.
Mas sempre deixei minhas portas abertas para tua saída. Sempre.
Ainda que eu não não mais esteja.
04/12/2016