O Deixar
Impudente ausência que lancina a alma.
Tristeza presente da doce calma.
Prisão anelar das memórias pululantes,
Que transforma arroubos degradantes.
Coagida em esperanças mortas,
A saudade mora.
Humilhada em felicidades tortas,
Ela chora.
Haverá alguma maior agonia,
Ou mazela derrocada?
Subsiste ainda melodia,
Ou arrulho da ave encantada?
Todo estar, sem ti,
Desfaz-se.
Teu deixar, em mim,
Renasce.