Quando encontramos o silêncio

Ouça!

Ouviu?

Não?

Pois é, nenhum som. É o silêncio.

Todos os sons do mundo se calam e os do coração aparecem.

Um ritmo constante: piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Como o caminhar do tempo.

É como se esse mesmo tempo, devagarinho fosse puxando as imagens do passado,

As lembranças, as reminiscências...

Coloca tudo a nu no silêncio.

É como se fôssemos o oráculo do passado e o deus de nossas ações julgando-nos.

Condenando-nos: fantasmas que doem mais que dores reais.

Já ao nascer você se perde.

Entra no mundo e já se transforma num outro.

Desajustado ao corpo como um terno dado.

E passa a vida se procurando dentro desse desconhecido.

Procurando ser quem você é, quem nasceu pra ser.

Fui em busca do bem e do mal, opostos dentro de mim.

Encontrei-os ligados por um fio:

Fluxo sanguíneo vivo.

Quantas vezes vi o mal invadir meu bem.

E o meu bem tão bem manipulado pelo mal.

Voltei-me para o centro e encontrei o homem.

Sérgio Caldeira
Enviado por Sérgio Caldeira em 24/12/2010
Código do texto: T2689346
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