ALMA E AÇOITE
Minha alma inquieta chora toda noite
Escrava do amor não correspondido,
A dor é o tronco, a saudade o açoite,
Você o arrependimento por eu ter nascido.
E ser torturando é meu modo de viver,
Minha fuga da dor são os meus versos,
As rimas é o meu chorar, meu modo de ver
Que mesmo preso à dor viajo ao universo.
Corto na fuga a selva da minha solidão,
Mas os cães das lembranças vêm me persegui,
Pensei que minha segurança era segurar tuas mãos,
Momento infeliz em que sem querer me iludi.
E novamente volto ao tronco da dor,
E molho-o com as lágrimas do meu chorar,
Maldito teu amor que deixa meu mundo sem cor,
Maldita a saudade que vive a me açoitar.