SEM FORÇAS E SEM ARMAS.

Um sopro de vento entra pela janela e diz:

Todo o passado será relembrado

com a mesma dor que o guardava.

Não tenho bolso para velar o lenço.

O que farei com minhas lágrimas?

Sei, as dores secam e as lágrimas saram,

mas cicatrizes indeléveis que o pretérito fez

ainda ardem em minha carne,

ainda doem em mim.

Não tenho forças para novo revés,

todo o meu ser irá sucumbir.

Se eu ainda tivesse aquela velha espada,

uma nova luta podia ser travada,

mas tudo que tenho é um punhal pequeno

e uma armadura de lata que não cabe em mim.

O vento sopra e o presente vem arrancar de mim

a esperança que eu alimentava

com as migalhas de pão

que outros me davam.

Olivia Maria Beltrão Gondim
Enviado por Olivia Maria Beltrão Gondim em 28/01/2015
Código do texto: T5117152
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